Saturday, February 10, 2007



As palavras dizem coisas, que contam como as coisas são. Quem, ou o quê, que dá sentido à realidade? Somos humanos perdidos na emoção. O que é o saber? O que é o conhecimento?
Escondemo-nos em raciocínios que procuram mostram sequências que criamos. Todavia, tais sequências escapam à realidade. O contínuo do dia a dia, mostra de uma maneira surpreendente, que se está constantemente fora, perdido na memória e na alegria. Ao menos isso, acreditar que há força para encarar o real e perpectivá-lo.
Ao contrário do que os cientistas apregoam, as emoções nada valem. Parece que estamos a ser invadidos pela estupidez. Claro que ela sempre existiu, mas acredito que nunca como agora se disfarçou tanto de saber. Estamos para aqui, neste lugar, neste tempo a fazer o quê? A assistir pela TV a realidades tão longe da realidade. Lá fora, lá longe dos "famosos" existe vida, existe sentido. Mas como a captar sabendo que não poderemos subir a ladeira e chegar à luz ?
Não é só o dinheiro, não é só o poder. Mais do que tudo o amor. Agora neste início de século e milénio, a confusão grassa. Mais, do que tudo a utopia. Mas o frio é o medo e a sua cor.
A cor do medo, um amarelo cinzento escondido na rosa. Paralisados, angustiados. À espera, à espera do que nos dizem, do que nos fazem acreditar. À espera do EuroMilhões que nunca sairá, mas que nos iludem como excêntricos. O que que é isso? Que raio somos nós que suportamos tamanha estupidez?
Caindo neste país, centrando-nos aqui e agora, percebe-se, como refere o poeta, que pensar por si próprio é algo que neste país não se admite.
Numa ditadura de imagem, democrática e anti social, o poder dos mediocres, dos mais ignaros, na soberba do seu convencimento, na escuridão do medo, ainda há quem resista. Ainda há quem tenha vivido o 25 de Abril e a solidão da Utopia. A alegria da Utopia.
O neo-liberalismo nunca aportou nada de positivo aos povos. Foi sempre uma forma de enganar a maioria. A dialéctica da História, mostra como os oprimidos acabam sempre por ser enganados.
Confusão? Certamente.
No entanto, face ao status-quo, há agora, talvez mais do que nunca, que resistir. Encontrar formas de vencer os "gatos mal cheirosos" que mais não são do que a extensão do poder dos ricos a gozar consigo próprios. Gente que nunca viveu o que não podia viver porque não estava aqui, mas que está convencida que estava.
O que é o saber? De um modo vulgar encaram-se três planos: o prático; o teórico (explicativo) e referente à memória e à dedução, (quer se trate do passado ou do presente/futuro). Mas a vida não é isso. Nunca é isso. Pelo contrário, é sempre a surpresa do que se escapa. A vida é o saber.
A alegria do que se escapa. Os fragmentos, os vestígios que nunca são nunca.
O fumo que se eleva de uma imagem de TV, de ecran de computador...

Saturday, January 06, 2007


os tempos que aí vem surgem para expulsar os que já aconteceram Como posso saber que já aconteceram? A vida é assim. Uma continuidade de momentos.
Todo o ser humano é palavra.
Palavra é o que se diz, muito mais do que aquilo que é pronunciado.

Diz o Géneses que no "princípio era o verbo...e o Verbo se fez carne". Creio que jamais se produzirá formula mais hermética.

o fumo que se dissipa no silêncio e que dele vem.
Como posso saber onde estão as coisas passadas?
Onde está a minha infância a não ser na minha memória? Mas neste nevoeiro a minha memória é biológica, fria como os ossos da minha mãe recuperados à terra. Que abismo.

Não estará já no espírito o espectro das coisas futuras? Os lares que não conseguirei vender. A tristeza que aí vem? Fixo o olhar que desponta a lembrança.

do silêncio ecou uma palavra. Criação. Ecou e sumiu-se. A inteligência e a memória compreenderam essa palavra. Como uma tela em branco que de repende se encheu do nada.
Algo criou a criação. a imaginação não surgiu do nada. Já lá estava no silêncio. No silêncio que se segue à catástrofe. No intímo do silêncio surge o plano a executar no exterior. palav
ra humana.